E disseram um para o outro: Porventura
não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos
abria as Escrituras?
Lucas 24.32
Dois discípulos caminhando de
volta para casa, estavam deixando Jerusalém envergonhados e
deprimidos. A grande esperança deles havia sucumbido, e eles não sabiam o que pensar sobre isso. Havia mais de três anos que estavam cheios de
expectativa, sonhos e planos, pensavam ter encontrado o Messias
prometido que livraria o povo judeu do jugo romano. Sua esperança
era que Jesus fosse este Messias. Mas não era , "Jesus nos
decepcionou", pensavam eles com o coração contrito.
Diversas
vezes o Mestre havia demonstrado poder sobrenatural diversas vezes.
Haveria alguma coisa difícil para um homem que falava e o vento e
o mar obedeciam, que ressuscitava os mortos,
restaurava vista a cegos e curava todo tipo de doença, além de multiplicar
pães, de forma que apenas 5 alimentasse quase 7 mil pessoas?
Eles
se sentiam seguros ao lado de Jesus. Por mais que soubessem que seu
mestre era perseguido, o poder que ele demonstrara os deixava
tranquilos. Um homem como este não poderia morrer, pois até a
natureza se submetia às suas ordens. Nada neste mundo parecia
amedrontar aquele jovem galileu cheio de autoridade e sabedoria.
Porém
o mais absurdo aconteceu. Jesus foi morto e para cada um de seus
seguidores isso significava uma tragédia sem o menor sentido, uma
tragédia devastadora. Ele foi escarnecido, torturado e morto como um
bandido .Em nenhum momento mostrou seu poder sobrenatural, apenas
silenciou diante de seus acusadores e carrascos.
O
judeus estavam subjugados pelos romanos e havia uma uma grande
expectativa que Jesus os libertasse. Mas Ele morreu! Parece que Deus
falhou. Nada mudou! Ainda continuavam sob o domínio de Roma.
Quem
agora os consolaria? Quem lhes diria o que fazer e para onde ir? Quem
Deus enviaria para libertar seu povo da opressão romana? Seria Jesus
o Messias prometido?
Ele
disse que ressuscitaria, mas agora já é o terceiro dia...
Maria
e outras mulheres disseram que haviam visto o túmulo vazio, mas quem
acreditaria em mulheres que pareciam alucinadas, mulheres que estavam
tão deprimidas pela morte do mestre como os outros discípulos.
Com
estes pensamentos fervendo na mente os dois discípulos, Cleópas e
outro (que não é nomeado no texto mas podemos sugerir que seja o
próprio Lucas) estavam preocupados e aflitos. Neste instante,
durante sua conversa aflita sobre as últimas notícias, o próprio
Jesus aparece ressurrecto ao lado dos dois, segue caminhando ao lado
deles até que o mestre intervém com uma pergunta simples.
"Que
é isso que os preocupa e de que ides tratando à medida que
caminhais?"
Os
abalados discípulos param atônitos. Quem naquela cidade não
saberia dos últimos fatos decorridos? Sua surpresa é por que não
reconheceram quem estava os interrogando. Era como que seus olhos
estivessem ofuscados para que não percebessem a identidade do
questionador.
Eles
então expõem ao viajante o motivo de sua insatisfação. A morte
do seu mestre , a sua desilusões, suas dores e angústia.
O
viajante depois de ouvir o relato os repreende pela insegurança e
falta de conhecimento das promessas de Deus. Discorre fartamente
sobre o que as Escrituras falavam a respeito do Messias, seu
sofrimento, humilhação e por fim glorificação. Isso conforta os
discípulos, alegra o seus corações. Que grande alegria! Deus não
os abandonou, Ele ainda está preocupado com seu povo, nada foge do
seus planos! Estava tudo previsto desde a eternidade, o plano
perfeito para remissão de nossos pecados.
Em
fim o Cristo precisava morrer pelos nossos pecados, mas ao terceiro
dia ressuscitaria. Onde será que ele deveria estar? Sim, já era
tarde do terceiro dia, Jesus já devia ter ressuscitado. Ele não
havia aparecido...
Os
discípulos convidam o peregrino a entrar e comer com eles. Ele entra,
senta à mesa e inexplicavelmente toma o pão em suas mãos para
agradecer, esta atitude era esperada do anfitrião, jamais do
convidado. Toma o pão e agradece, e neste momento os olhos daqueles
homens são abertos e eles reconhecem o mestre amado ressurrecto na
sua frente. Imediatamente Cristo desaparece diante deles, mas sua
alegria não desaparece e eles reconhecem que durante a caminhada a
voz daquele que os havia encontrado no caminho lhes fazia arder o
coração. A voz era inconfundível. Doce, segura, cheia de
autoridade e de amor. Como não houveram suspeitado?
Nada
melhor para dissipar a angústia, a solidão e o desespero do que a
voz mansa e consoladora do próprio Cristo ressuscitado!
Procure
abrir sua Bíblia e sentir Jesus falar com você quando as coisas
parecem ficar confusas e você estiver prestes a se desesperar!
Publicada em 10 de agosto de 2014
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