A Igreja Anglicana teve sua origem na
Inglaterra, em 1530. Em 1534, o parlamento inglês aprovou o
Ato de Supremacia, declarando doravante o rei como Chefe da Igreja na
Inglaterra.
As propriedades eclesiásticas foram
nacionalizadas e os laços com Roma cortados, mas no mais continuou ?católica?
doutrinariamente. Já o seu sucessor, o Rei Eduardo VI, conduziu a igreja mais
para o lado calvinista.
Diferentemente das demais, a Reforma
Religiosa na Inglaterra ocorreu a partir da iniciativa de um rei, e não de
teólogos críticos às doutrinas e práticas do clero católico. O motivo que levou
o soberano inglês Henrique VIII a se desligar da Igreja de Roma foi a não
aceitação de seu pedido de divórcio enviado ao papa Clemente VI.
Henrique VIII era casado com Catarina de
Aragão, nobre de origem espanhola. Dos seis
filhos de Catarina, apenas a princesa Maria sobreviveu. O interesse de Henrique
VIII era casar com Ana Bolena, uma dama da corte da Inglaterra, e com ela poder
ter um filho que o sucederia. Como não foi aceito o pedido pelo papa, o rei
inglês declarou seu divórcio da rainha através de um tribunal nacional, em
1533. Um ano depois, Henrique VIII foi excomungado por Clemente VI.
Porém, não foi apenas a não aceitação do
divórcio pelo papa que levou Henrique VIII a romper com a Igreja Católica.
Problemas políticos entre Inglaterra e Roma vinham desde a Guerra dos Cem Anos
(1337-1453), quando os altos dignatários católicos, localizados em Avignon,
estavam mais próximos dos franceses que dos ingleses, durante o chamado Cisma
do Ocidente. Havia ainda sérias críticas ao clero católico na Inglaterra desde
ao menos o final do século XV, cujo principal expoente foi John Wycliff. Tais
críticas eram tanto doutrinárias quanto sobre o comportamento luxuoso dos
clérigos católicos em momentos de penúria econômica da sociedade inglesa.
Após Henrique VIII ser excomungado, foi
decretado na Inglaterra o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano inglês
passava a ser o chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Com essa medida, era
criada a chamada Igreja Anglicana. O rei inglês passava a ter o poder de nomear
os ocupantes dos cargos eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de ordem
religiosa. A estrutura eclesiástica foi mantida, adotando-se, porém,
posteriormente, a doutrina teológica desenvolvida por João Calvino.
No aspecto econômico, o Estado Inglês
confiscou todos os bens da Igreja Católica, principalmente as terras dos
mosteiros, que foram vendidas a vários nobres, comerciantes e fazendeiros. Tais
medidas agradaram aos gentry, membros da pequena nobreza ligados ao comércio e
às atividades econômicas do nascente capitalismo.
Já a Rainha Isabel I (1558-1603)
procurou integrar na igreja todos os segmentos da sociedade (católicos,
luteranos e calvinistas) e preferiu uma ?terceira via?, daí Igreja Anglicana
(dos anglos, primitivos colonizadores da Inglaterra).
O primaz da Igreja Anglicana é o
arcebispo de Canterbury. Aceitam a ordenação de mulheres na Igreja. Nos Estados
Unidos, após a independência (1776), a igreja Anglicana passou a denominar-se
de Igreja Episcopal Protestante.
No Brasil, os primeiros cultos
anglicanos datam de 1810, no Rio de Janeiro.
Fontes:
historiadomundo.uol.com.br
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