Salmos 69:1-36
1 Salva-me, ó
Deus, pois as águas me sobem até o pescoço.
2 Atolei-me em
profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas,
onde a corrente me submerge.
3 Estou cansado
de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu
Deus.
4 Aqueles que
me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; poderosos são
aqueles que procuram destruir-me, que me atacam com mentiras; por isso tenho de
restituir o que não extorqui.
5 Tu, ó Deus,
bem conheces a minha estultícia, e as minhas culpas não são ocultas.
6 Não sejam
envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos
exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus
de Israel.
7 Porque por
amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão me cobriu o rosto.
8 Tornei-me
como um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido para os filhos de minha
mãe.
9 Pois o zelo
da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.
10 Quando chorei
e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.
11 Quando me vesti
de cilício, fiz-me para eles um provérbio.
12 Aqueles que
se sentem à porta falam de mim; e sou objeto das cantigas dos bêbedos.
13 Eu, porém,
faço a minha oração a ti, ó Senhor, em tempo aceitável; ouve-me, ó Deus,
segundo a grandeza da tua benignidade, segundo a fidelidade da tua salvação.
14 Tira-me do
lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus inimigos, e das
profundezas das águas.
15 Não me
submerja a corrente das águas e não me trague o abismo, nem cerre a cova a sua
boca sobre mim.
16 Ouve-me,
Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua
muitíssima compaixão.
17 Não escondas
o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado.
18 Aproxima-te
da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.
19 Tu conheces o
meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos
os meus adversários.
20 Afrontas
quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse
compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.
21 Deram-me fel
por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.
22 Torne-se a
sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma
armadilha.
23 Obscureçam-se-lhes
os olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam
constantemente.
24 Derrama sobre
eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua ira.
25 Fique
desolada a sua habitação, e não haja quem habite nas suas tendas.
26 Pois
perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem feriste.
27 Acrescenta
iniqüidade à iniqüidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça.
28 Sejam
riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos.
29 Eu, porém, estou
aflito e triste; a tua salvação, ó Deus, me ponha num alto retiro.
30 Louvarei o
nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.
31 Isto será
mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um novilho que tem pontas e unhas.
32 Vejam isto os
mansos, e se alegrem; vós que buscais a Deus reviva o vosso coração.
33 Porque o
Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora sejam prisioneiros.
34 Louvem-no os
céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
35 Porque Deus
salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão os seus servos
e a possuirão.
36 E herdá-la-á
a descendência de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela.
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