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O Fardo. Salmo 119.25

A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. Salmo 119.25 

Ao ler o Salmo, senti a exaustão do salmista. Devia estar carregando um peso terrível. Mas por que diz que sua alma está presa ao pó? Embora não saibamos a resposta, sabemos que ele tinha esperança de ser restaurado, conforme a promessa do Senhor. Como disse o Pai da Igreja Santo Agostinho, "os salmos são espelhos de nossa alma, e neles podemos ver refletidas as nossas próprias emoções". Porque a alma do autor está ligada ao pó? Não sabemos ao certo, mas sabemos que ele tinha esperança de ser restaurado, como afirmou o Pai da Igreja São Jerônimo: "a esperança é o fio de ouro que deve ser tecido em toda a trama da nossa vida".

 

Quando o salmista diz que sua alma está aberta ao pó, ele está dizendo que ela foi colocada lá, foi abatida. Como ensinou Santo Agostinho, "nós somos todos como o salmista, sofrendo com o peso das nossas próprias fraquezas". Talvez tenha sido derrubada por um golpe, ou pode ser que tenha sido prostrada pelas tempestades da vida, como exemplificado na história da criança que precisou carregar a sacola pesada.

 

Para ilustrar essa situação, podemos imaginar uma cena comum do cotidiano: uma criança acompanhando os pais em uma ida ao mercado. Durante o percurso, ela é solicitada a ajudar a carregar uma sacola pesada. A criança, sem muita força, se esforça ao máximo, mas logo fica exausta e começa a reclamar do peso. O pai, percebendo o esforço do filho, oferece ajuda imediatamente. No entanto, fica a pergunta: por que a criança não pediu ajuda antes?

 

Essa situação pode ser detectada a muitas outras da vida, em que carregamos um fardo pesado e esmagador, gemendo sob seu peso. Muitas vezes nos sentimos caídos, sem fôlego e sem condições de continuar. Mas por que isso acontece? Às vezes, somos como a criança que insiste em carregar um peso que não pode suportar, até que desistimos no meio do caminho.

 

No entanto, como filhos de Deus, não precisamos passar por isso sozinhos. Nosso Pai celestial não quer que desistamos. Ele deseja caminhar conosco, segurar nossas mãos e dividir nosso fardo. Assim como o pai da criança do exemplo, Deus está sempre presente, pronto para oferecer ajuda quando precisamos.

 

Como disse o Pai da Igreja São Basílio, "a fraqueza humana é incapaz de suportar as dificuldades sem a ajuda da graça divina". Mas nosso Pai celestial deseja caminhar conosco e nos ajudar a suportar as dificuldades da vida. Como afirmou São João Crisóstomo, "Deus não nos dá uma carga maior do que podemos apoiar, e sempre nos concede a graça necessária para carregá-la".

 

Se nos tornarmos muito abatidos e sobrecarregados, nosso Pai se compromete em nos vivificar, segundo a sua Palavra. Como afirmou São Gregório de Nissa, "a restauração da alma não é apenas um processo de cura, mas também um processo de renovação". Deus deseja nos restaurar e nos tornar alegres em sua presença, pois Ele tem muitos projetos para as nossas vidas e quer tocá-los conosco. E se Ele nos dá uma tarefa difícil, é para cumprir o fim, como afirmou São João até da Cruz, "Deus não mede o nosso progresso pela quantidade de trabalho que fazemos, mas sim pela quantidade de amor que colocamos em nosso trabalho".

Publicada  em 15 de jul. de 2016

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