A criatividade é uma qualidade muito apreciada e
importante.
Os chefes desejam ter um funcionário criativo, o empregado
deseja ser
um profissional
criativo, um líder precisa ser criativo, um cientista deseja ser criativo, inovador. O artista
simplesmente não tem escolha, precisa ser criativo para poder sobreviver com sua arte. Também é assim com o professor , o
arquiteto, o político, o escritor, etc.
A criatividade funcional não é fácil de adquirir. Repetir conceitos, atitudes e pensamentos é fácil, já nascemos prontos para
isso, não é tão complicado inventar algo que seja diferente e inovador. A dificuldade aparece quando precisamos inovar com qualidade, ou seja, sendo funcionais. Este é
o diferencial do criativo, ele não somente inova, mas inova com qualidade, com
utilidade e com propósito.
A Criatividade destrutiva
Nas
Igrejas modernas a criatividade também tem se destacado como importante
qualidade para atrair fiéis. Com o pensamento mercadológico e pragmatista, igrejas tem se apropriado de
conceitos empresariais para implementar na Igreja soluções que aumentam
rapidamente o número de frequentadores e motivar os membros a
serem dizimistas ou ofertantes. Neste sentido, qualquer inovação que produza
estes resultados é considerada bem vinda. Eles porém podem estar abrindo as portas para conceitos e práticas
totalmente antibíblicas, invenções que tiram as pessoas do foco que é o
verdadeiro evangelho da cruz.
Acredito
que este seja o mau uso da criatividade, não é uma boa ideia ir por este
caminho. São novidades na mensagem, novidades nos púlpitos, novidades nos
princípios, nas doutrinas, tudo vale para uma geração de
líderes motivacionais e materialistas que surgem nas fileiras das denominações
evangélicas.
Pelo
conceito prático e mundano estes grande líderes evangélicos da atualidade não
são apenas inovadores, eles são nitidamente criativos e apresentam resultados
impressionantes, numérica e economicamente falando. Um sucesso se tratando de
criatividade. Espiritualmente
porém isso é um grande desastre.
De acordo com especialistas, a Igreja é
reflexo de sua liderança, se a liderança é criativa e herege toda a congregação
fatalmente se tornará. É um ciclo perigoso, pois dali se erguerão outros
líderes com pensamento parecido. E os absurdos se proliferam. Essa é a criatividade destrutiva.
A falta de criatividade dos
líderes bíblicos
líderes bíblicos
Por
outro lado percebemos o extremo oposto. Líderes sérios e bíblicos estão
evitando qualquer forma de novidade e de criatividade na sua gestão por medo de
entrarem pelo mesmo caminho de imaginatividade dos falsos pregadores.
Isso
também não é bom. Se ficarmos presos aos antigos modelos de gestão eclesiástica
e
evangelismo do passado estaremos fadados a não sermos mais contextualmente
relevantes na geração atual. Alcançaremos um número cada vez menor de pessoas
até que estejamos quase sós nas reuniões e celebrações.
Sem
criatividade não resolvemos os problemas que aparecem no contexto da Igreja.
Não conseguimos caminhar neste mundo caído, pecaminoso e perverso sem a luz ,
sempre brilhante e inovadora do Espírito de Deus clareando nossos passos.
Criatividade Sadia
Faz-se
pois necessário uma criatividade sadia , cercada pelos parâmetros da Bíblia
Sagrada. A mensagem não precisa nem deve mudar. Os nossos
cultos devem ser devidamente regulados pelas Sagradas Escrituras , sem
invencionices nem bizarrices. Porém fora do culto é possível inovar, criar e
reinventar práticas de evangelismo. Uma Igreja viva deve ser biblicamente
conservadora e evangelisticamente inovadora.
Podemos
inovar em programas de rádio. Programas de Internet.Blogs, sites, projetos
sociais. O
Teatro é algo que não cabe no culto a Deus, devidamente regulado pela Bíblia,
mas cabe em um evento , uma ocasião especial. Mas este é apenas um exemplo. O
líder criativo enxergará muito além disto. Dessa
forma, o líder que quer
se tornar criativo deve fugir do “sempre foi assim, tem que ser assim",
prestar atenção à rotina, às emoções da congregação e impor desafios. “Pessoas precisam de desafios, porém, na
medida certa. Se forem poucos, ficam
acomodadas, se forem muitos, acabam estressadas. Do desafio emerge a grande
ideia. A grande e sábia guinada que pode mudar o rumo da instituição.
Por isso entendo que o líder deve orar a Deus pedindo
sabedoria e criatividade sadia. Deus pode dar e não podemos ter medo de usá-la.
A
Igreja sempre soube caminhar biblicamente na história usando com sabedoria a
criatividade. Ela foi guiada pelo Espírito Santo. O evangelho entrou na
América, na África, no Oriente Médio e no Oriente por causa desta criatividade
, inovações que mantiveram Cristo, a graça, a fé, as Escrituras e a glória de
Deus no centro da mensagem, sem descaracterizá-la.
Não
se pode é pender para os exageros dos pregadores motivacionais e da
prosperidade, que inventam bizarrices de todos os tipos para manipular as
massas. Também não se pode é abandonar a forma criativa de sermos igreja com o
pretexto de evitarmos
as heresias.
As
fronteiras que as Escrituras nos deixaram são claras o suficiente para
evitarmos a descaracterização do Evangelho.
E
viva a Criatividade e a Bíblia.
Publicado em 20 de
ago de 2016
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