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O Pelagianismo

O Pelagianismo



Uma bela fruta, uma simples árvore, singela no meio do jardim. Um mandamento bem objetivo, uma ordem clara e simples: " Não coma desta árvore".  Depois disto a desobediência e a morte.
Eis o pecado original, um legado de Adão e Eva para toda raça humana.
Esta é uma doutrina fundamental para o  arcabouço doutrinário do Apóstolo Paulo e consequentemente, de todo cristianismo. 
Mas havia alguns na igreja antiga que não concordaram com esta doutrina. Eram chamados de  pelagianos.
O grande proponente e divulgador desta posição foi Pelágio da Bretanha, que nasceu em 354 na Inglaterra.
Era considerado um monge bastante rigorista,  moralista e intransigente, dado ao ascetismo.  Ele dizia que não  precisava da graça para salvação, bastando somente a vontade individual,  além disto era contra o batismo, contra a remissão dos pecados, acreditava que se não há pecado original, não há necessidade de redenção.
O Pelagianismo, basicamente negava a ideia de pecado original e todas as  suas consequências. 

Contras estas ideias perigosas levantou-se um santo homem de Deus, chamado  Agostinho,  ele  dizia todos os homens pecaram em Adão, nascem com o pecado original e estão enfraquecidos por ele, não mais  conservando o livre-arbítrio, portanto é necessário que o Espírito Santo haja soberanamente para salvar o pecador.
Pelágio ficava extremamente desgostoso com este ensinamento. "Como assim  não depende em nada do homem?" "Que história é essa de que é tudo pela graça e não custa nada?"

Resumidamente o Pelágio sustentava :
•        Que não havia  pecado original;
•        Que a graça de Deus não  é essencial para a salvação;
•        Que  o Homem possui a capacidade de decidir o seu futuro por livre-arbítrio, sem necessariamente depender da graça de Deus. 
O argumento clássico de Pelágio era: "Se a   vontade humana não é  plenamente capaz de obedecer a Lei de Deus então o homem não é moralmente responsável por obedecê-la."
Vejam algumas citações famosas de Pelágio:

"O melhor incentivo para a mente consiste em ensiná-la que é possível fazer qualquer coisa que alguém realmente queira fazer."   

"Sempre que tenho de falar sobre o assunto da instrução moral e sobre a conduta de uma vida santa, é minha primeira prática demonstrar o poder e a qualidade da natureza humana".




 Pelágio segundo BL Shelley (Elwell Evangélica Dicionário)

De acordo com Pelágio, existem três características na ação humana: poder (posse), vontade (velle) e a realização (esse). O primeiro vem exclusivamente de Deus; os outros dois pertencem ao homem. Assim, como o homem age, ele merece elogios ou culpa. O que quer que seus seguidores tenham dito, o próprio Pelágio manteve a concepção de uma lei divina proclamando aos homens o que eles deveriam fazer e apresentando diante deles a perspectiva de recompensas e punições sobrenaturais. Se o homem goza de liberdade de escolha, é pela generosidade expressiva de seu Criador; ele deveria usá-lo para aqueles fins que Deus prescreve.





Condenação do Pelagianismo

Essa heresia já esteve prestes a fazer parte da doutrina oficial da Igreja. Foi no Concílio de Cartago, em 411,  que o pelagianismo foi primeiramente, condenado como heresia. Porém ele foi novamente    declarado ortodoxo, nos concílios de Jerusalém e de Diospolis em 415. Finalmente em 431, no Concílio Ecumênico de Éfeso, ele foi condenado  em definitivo.

As questões do pelagianismo são graves do ponto de vista teológico, dando origem a grandes controvérsias até os dias de hoje. Muitas Igrejas, sem ter bem noção disso, estão impregnadas de ideias pelagianas.
O antídoto contra essa heresia está especialmente na cartas de Paulo, destacadamente em  Gálatas e Efésios. Lendo-as com esmero estaremos livres deste maligno ensinamento.
Que a Igreja Evangélica volte a estudar a Bíblia como deveria!


Publicado em  nov de 2016

Fontes

 https://citacoes.in/autores/pelagio-da-bretanha/
José Ferrater Mora (1994). Diccionario de filosofía. Ariel.
http://mb-soft.com/believe/txc/pelagian.htm
Elwell Evangélica Dicionário

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