Corríeis bem;
quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade? Gálatas 5.7
A carta aos
gálatas nos traz aspectos essenciais da verdade. Um deles é que a verdade é difícil de ser seguida até o fim. Não são poucos que tentarão nos dissuadir da verdade no meio do caminho.
Esta carta
confronta o ensinamento dos judaizantes. Estes ensinavam, erroneamente, a
necessidade de guardar a Lei do Antigo
Testamento, mesmo após o sacrifício de Jesus na cruz, para receber a salvação. Isso ia contra o coração do Evangelho de
Cristo que era centrado na graça e na fé e não dependia dos méritos humanos
para salvação.
Paulo os estava exortando para que ficassem firmes da
verdade, mas isso não estava sendo fácil para os crentes da Galácia, pois os
judaizantes estavam corrompendo o evangelho ensinando doutrinas estranhas.
Os gálatas
estavam dando ouvidos aos judaizantes e desprezando as palavras do apóstolo
Paulo que, com muito esmero, tinha pregado o evangelho puro e cristalino da
salvação por meio da fé.
A verdade sempre
foi e sempre será bem mais difícil de seguir do que as mentiras. Ainda mais uma verdade dura. Sempre haverá quem invente alguma mentira para, se possível, amenizar a dureza da verdade.
Eu gosto do exemplo de Atanásio, um dos pais da Igreja. Atanásio defendeu a ortodoxia até o dia de sua morte. Quando um amigo de Atanásio lhe disse:
“Atanásio, o mundo está contra ti”,
ele respondeu:
“ Se o mundo for contra a verdade então Atanásio será contra todo o mundo."
O que você
prefere: uma verdade difícil ou uma mentira fácil?
Muitos escolhem
a mentira, pois ela geralmente é mais
palatável, ela é mais agradável aos ouvidos.
Que mentira os
gálatas estavam evitando?
Os judaizantes eram os inimigos na fé que os impediram de crescer na graça. Eles ensinavam que a fé em
Cristo não era suficiente para a salvação. A fé deveria estar conectada com a
obediência estrita a Lei para que o homem fosse salvo.
Paulo combatia com extrema ênfase este ensino. Esta heresia era paralisante, destrutiva.
Esse ensino era
pernicioso pois tirava a honra e os méritos que a morte de Cristo tinha
conquistado para a Igreja. Ele ensinava que a glória da salvação caberia também ao homem, na medida que ele deveria "cumprir a outra parte da salvação",
a saber , as boas obras que proporcionariam ao homem o acesso à Deus e a
salvação. Isso
proporcionava aos homens algo para gloriar-se, algo para que pudessem exigir de
Deus o direito que a obediência a Lei lhes traria. Eles achavam que poderiam correr bem com suas próprias forças, sua próprias "pernas", e relegar Jesus a um segundo plano.
Segundo estes
hereges, o gentio deveria primeiro tornar-se judeu, através da circuncisão e aceitar a tradição do judaísmo para depois
considerar-se um cristão.
Esse era o
evangelho mutilado, corrompido, que Paulo esmerou-se em combater.
Paulo não aceitou esta falácia e esforçou-se para mostrar a grande mentira do sistema legalista.
Ele refutou os judaizantes afirmando que
a Lei nunca justificou ninguém. O próprio Abraão não foi justificado pela
observância da Lei, mas pela fé e pela Promessa.
Só Jesus pode
justificar através de seus méritos na cruz do Calvário. Só Cristo e nada mais.
Os judaizantes
estavam perseguindo quem seguia o Evangelho pregado por Paulo e muitos estavam
deixando para trás o ensinamento do apóstolo para darem ouvidos a estes judeus legalistas.
Manter-se firme na Graça não era fácil.
Porém a Igreja
verdadeira não abre mão da pureza de sua fé e da exatidão da sua doutrina.
A verdade, deve
ser seguida custe o que custar, mesmo que seja difícil de ser seguida. Mas no
fim todo nosso zelo pelo evangelho será recompensado.
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