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O Concílio de Jerusalém

O Concilio de Jerusalém foi uma reunião ocorrida entre 48 e 50 D.C.  , realizada entre as lideranças cristãs nos meados do século I, para abordar se os gentios (não-judeus) deveriam seguir costumes da religião israelita.

O Concílio de Jerusalém está descrito em Atos dos Apóstolos 15, 6-29.
Tiago o Justo-irmão de Jesus

AS DISPUTAS INICIAIS

Entre alguns da Judeia estabeleceu-se uma dúvida e uma polêmica: saber se os gentios, ao se converterem ao cristianismo, teriam que adotar algumas das práticas antigas da Lei Mosaica para poderem ser salvos, inclusive o fazer-se circuncidar. Alguns cristãos de origem judaica entenderam que os gentios que se tornavam cristãos, também precisavam ser circuncidados e, por isso, a reunião em Jerusalém das principais lideranças cristãs, para decidir a respeito do assunto. Parte da liderança da Igreja de Jerusalém era formada por cristãos oriundos do farisaísmo (At. 15.5), tinham ainda uma forte formação judaizante tradicional;



“Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto”(Atos 15:5,6).



O apóstolo Paulo, ao levar o cristianismo a outros povos, não exigia a circuncisão desses novos cristãos. Diante disso os presbíteros de Jerusalém se reuniram em torno de Tiago, o Justo' para fazer valer a "obrigatoriedade da circuncisão". Era realmente difícil para eles entender completamente o alcance e a profundidade do novo compromisso que Cristo estava promovendo com seu povo. Eles ainda estavam presos às suas tradições e preceitos , que lhes foram ensinados desde a tenra idade.

Sendo circuncisos os gentios convertidos também se obrigariam a guardar todo o caráter cerimonial da Lei , ou seja, a Igreja de Jesus se tornaria uma espécie de judaísmo modificado. O caráter libertador e transformador da mensagem do evangelho poderia ser obscurecido pela multidão de rituais e preceitos.





O CONCÍLIO

Um problema havia alvoroçado a Igreja de Antioquia:

“Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: se não vos circuncidares segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos”. (At. 15.1)

Paulo e Barnabé estavam ganhando muitas almas, a Igreja estava crescendo, não havia nenhum impedimento para que um não judeu, ou seja, um gentio, cresse, aceitasse a Cristo, fosse batizado e começasse a viver no meio da Igreja. O Problema surgiu quando alguns fariseus, zelosos pela Lei de Moisés, quiseram impor aos novos conversos o cumprimento da Lei. Paulo e Barnabé se opuseram formal e decididamente, o evangelho de Jesus não era uma continuação do judaísmo.



De acordo com Atos 15, os irmãos de Antioquia resolveram que precisavam  enviar Paulo e Barnabé e alguns outros dentre eles a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros de lá. Assim que chegou a Jerusalém, Paulo se reuniu em particular com os apóstolos e presbíteros e lhes deu um relatório completo acerca do evangelho que estava pregando aos gentios. Como os lideres tiveram de reconhecer, era o mesmo evangelho pregado por eles aos judeus. O problema, entretanto  era maior do que Paulo poderia supor, lá mesmo em Jerusalém levantaram-se alguns líderes do partido farisaico da igreja de Jerusalém, o qual insistia que os convertidos entre os gentios tinham de ser circuncidados e obrigados a guardar a lei .

 Circuncisão e observância da lei, insistiam, eram essenciais para a salvação. “Então se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão”(Atos 15:6), apesar de estarem presentes também outras pessoas(15:12).



Lucas cita o “grande debate”(15.7a) que se deu, e relata os discursos :

Primeiro Pedro (15:7-11), foi ele quem    anos atrás   foi  primeiro usado por Deus para anunciar o evangelho aos gentios, como diz as Escrituras “ouvissem os gentios a palavra do evangelho por intermédio” dele.  Isso ocorre na   casa de Cornélio. Pedro observou que o fato de serem gentios não fez nenhuma diferença; o Senhor purificou o coração deles pela fé. Uma vez que Deus havia aceitado os gentios com base na fé, e não na observância da lei, Pedro perguntou aos presentes: Por que colocar os gentios sob o jugo da lei, “um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?”. A lei jamais havia salvado alguém. Seu ministério era de condenação, e não de salvação. A lei revela o pecado, mas não salva do pecado. Pedro encerra sua participação de forma categórica e definitiva.



Logo após Paulo e Barnabé (15.12) começaram a testemunhar, cheios de poder e de autoridade , o que Cristo fizera, por meio , aos gentios .Neste mesmo instante “toda a multidão silenciou”.  Sinais, prodígios e maravilhas eram operados pelo Espírito Santo por meio deles e eles jamais pregado os costumes ou tradições judaicas, nem mesmo ensinado a Lei Mosaica aos gentios. Para Paulo especialmente  o acréscimo da Lei não era somente desnecessário , mas também  nocivo e contrário à Graça.



Por último  Tiago (15.13-21). “Tiago, o Justo”, o piedoso irmão de Jesus segundo a linhagem materna,  provavelmente convertido depois de ver Jesus ressuscitado, ele se tornara reconhecido entre os irmãos como um servo prudente e diligente, era líder da Igreja em Jerusalém, algo muito relevante sendo que ele não foi um dos doze escolhidos por Jesus, mesmo assim foi considerado o mais capaz dentre eles  e   foi  o  coordenador do Concílio.

Tiago falou por último, como líder que era, esperava-se que tivesse a palavra final  a respeito da pendência.  Sua sabedoria e zelo o levaram a corroborar a posição defendida pelos apóstolos Pedro e Paulo.    A inclusão dos gentios   era  algo predito pelos profetas. A citação de Amós 9:11,12 apenas indica uma das muitas passagens do Antigo Testamento que prevê a salvação dos gentios(Gn 22:18; Sl 22:27; Is 9:2; 42:4; 45:22; 49:6; 60:3; Dn 7:14, etc).

Encerrados os debates, decidem os apóstolos enviar uma “carta” às igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia, por intermédio de Paulo, Barnabé, Judas e Silas, expondo as resoluções tomadas no Concílio de Jerusalém. Atos 15:23-29 apresenta o teor da carta.



Em resultado foi elaborado uma Carta Apostólica que foi enviada aos cristãos da Síria e Cilícia. A Carta diz que:





Carta Apostólica

“«Os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, aos irmãos dentre os gentios que moram em Antioquia, na Síria e na Cilícia, saudações! Tendo sabido que alguns dos nossos, sem mandato de nossa parte, saindo até vós, perturbaram-vos, transtornando vossas almas com suas palavras, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, escolher alguns representantes e enviá-los a vós junto com nossos diletos Barnabé e Paulo, homens que expuseram suas vidas pelo nome de nosso Senhor, Jesus Cristo. Nós vos enviamos, pois, Judas e Silas, eles também transmitindo, de viva voz, esta mesma mensagem. De fato, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor nenhum outro peso além destas coisas necessárias: que vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas, e das uniões ilegítimas. Fareis bem preservando-vos destas coisas. Passai bem.» (Atos 15:23-29)





A DECISÃO DO CONCÍLIO

1. "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos". Esse preceito diz respeito às restrições que se referem aos alimentos sacrificados aos ídolos.  (Rm 14.13-16; I Co 8. 7-15; 10.23-33).

2. Proibição do sangue. A proibição de se alimentar de sangue está prevista na lei de Moisés (Lv 3.17). No entanto, ele era usado como alimento ou bebida pelos gentios.

 3. Abstenção da carne sufocada. Esse preceito está na lei de Moisés (Gn 9.5; 17.10-16; Dt 12.16, 23-25).

4. Abstenção da prostituição. O padrão moral deles estava muito aquém do judaico.



Fontes
www.abiblia.org
luloure.blogspot.com.br
ebdnovavidavi.blogspot.com.br


Publicado em  03/12/15

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