Abro a boca e suspiro, ansiando por teus mandamentos. Salmos 119.131
O salmista suspira profundamente, pelo que está ansiando? Seu intenso anseio é por um bem espiritual, um desejo forte e indisfarçável por ter conhecimento dos divinos preceitos. Seu desejo era sincero e muito forte, inquestionável.
O salmista suspira profundamente, pelo que está ansiando? Seu intenso anseio é por um bem espiritual, um desejo forte e indisfarçável por ter conhecimento dos divinos preceitos. Seu desejo era sincero e muito forte, inquestionável.
O salmista escreve um poema inteiro, com 171 versículos, para fazer o elogio mais completo que até hoje foi concebido em homenagem aos mandamentos do Senhor. Neste versículo específico ele fala
que anseia pela Lei, é possível notar a grande intensidade com que ele busca conhecê-la.
Ele está tão familiarizado com os mandamentos que já os conhece bem, ele os possui gravados na mente. Porque então ele ainda os deseja? Nós não desejamos aquilo que não
temos? Não buscamos apenas aquilo que ainda não possuímos?
Desejar e buscar são verbos usados para uma procura pelas coisas que não temos.
Desejar e buscar são verbos usados para uma procura pelas coisas que não temos.
Há um sentido didático nesta passagem que é interessante ressaltar. Podemos desejar algo que temos, buscar algo que possuímos. Apesar de esta afirmação parecer um contrassenso, vamos pensar:
Quem tem filhos deseja (busca, procura) seus filhos. Ama-os. (normalmente)
Quem ama sua esposa deseja (busca) estar com ela.
Quem ama seus pais, seus amigos, quem ama a sua Igreja, enfim, quem ama
deseja (busca) estar sempre com o ser amado. Quem ama Jesus deseja ( busca, procura) estar sempre com
Jesus.
Desta mesma forma, o salmista desejava os divinos preceitos mesmo já os
possuindo. Mesmo que o salmista tivesse alcançado algum conhecimento das Escrituras ele desejava mais, precisava mais. Podemos comparar o texto de salmo com o texto do NT, em que Paulo
escreve:
Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Romanos 11.33
Não pode ser perdido nenhum centímetro do divino mandamento,
cada pedacinho dele foi projetado e
pensado no nosso bem estar físico, emocional e espiritual. Cuidado. Não se pode excluir
uma frase das Escrituras sem que algo relevante para nossa vida se perca. Nada
pode ser dispensado. É uma riqueza sem tamanho, imensurável e mesmo assim não
podemos abrir mão de nenhum centímetro sequer. Tem de ser buscada! Mesmo que tenhamos dela é preciso buscar mais.
Assim como Paulo, o salmista conhecia o potencial infinito do
conhecimento de Deus revelado nas Escrituras. Desta forma quanto mais o
conhecia, mais o admirava. É como conhecer o monte Everest (chamado no Tibete de Chomolungma) quanto mais perto
dele, mais percebemos seu tamanho colossal. A diferença é que nunca nos
aproximaremos tanto da Palavra para
reconhecermos seu real tamanho, visto que, sendo um recurso ilimitado
proveniente do próprio Deus, é um tesouro inexaurível e incalculável. Nós possuímos a sabedoria revelada na Bíblia e isso nos impulsiona a buscá-la.
Retomando o exemplo acima, quanto mais nos afastamos do monte Everest,
menos da sua grandeza contemplamos, menos compreendemos sua imensidão, menos
podemos o explorar. Devemos procurar ficar o mais próximo dele possível para
que sua natureza nos encante as vistas. Assim também, quanto mais próximos de Deus
estamos mais contemplamos e mais desejamos as maravilhas dos seus ensinamentos.
Se um homem acumular riquezas, mais do que puder gastar com seu bem estar
nesta vida, seria considerado um louco, um avarento, pessoa gananciosa. Das
riquezas deste mundo sempre haverá um ponto em que, com bom senso, se perceberá
que se tem o bastante e que não é necessário buscar mais. Nosso Deus condena a
avareza materialista. De dinheiro haverá um dia que se tem o necessário, é preciso parar de buscá-lo.
Pelo contrário, as riquezas do conhecimento espiritual são infinitamente
mais vastas que as riquezas materiais e Deus nos incentiva a buscar sempre mais
e nunca se cansar desta busca. É uma "avareza sadia" na medida que a
sabedoria que vem de Deus nos estimula a agirmos corretamente com o próximo e não
buscarmos somente o nosso bem estar. Por isso é legítimo e aconselhável ser
avarento em buscar a riqueza divina que emana das Sagradas Escrituras.
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